domingo, 24 de março de 2019

Seis plantas ornamentais que você precisa ter em casa, de acordo com a NASA

No dia a dia estamos acostumados a ouvir notícias a respeito da poluição do meio ambiente. Sabemos que a queima de combustíveis fósseis tem ocasionado o aumento da concentração de produtos tóxicos na atmosfera, mas será que essa é a única fonte de poluição do ar que existe?

De acordo com um relatório publicado pela NASA em 1989, “Interior Landscape Plants For Indoor Air Pollution Abatement”, o próprio ser humano pode ser considerado uma fonte de poluição do espaço interno, principalmente em locais mal ventilados. O efeito se torna mais aparente principalmente quando existe uma alta aglomeração de pessoas. Além dessa poluição, também temos aquela relacionada aos produtos utilizados no dia a dia em nossas casas, como cosméticos, tintas, plásticos e desinfetantes. Esses fatores em conjunto colaboram para um fenômeno conhecido como “sick building sindrome”, algo que poderia ser traduzido em português para “síndrome dos edifícios doentes”. Cerca de 30% de todos os edifícios novos e reformados apresentaram algum tipo de poluição interna.  

A seguir, confira alguns dos principais poluentes que podem estar dentro de nossas casas e descubra seus efeitos nocivos sobre a nossa saúde:

Tricloroetileno (TCE): 90% do TCE produzido é utilizado em processos de desengorduramento dos metais e limpeza a seco. Também aparece na composição de tintas, lacas, vernizes e adesivos. Estudos demonstram a relação dessa substância com o câncer de fígado.

Formaldeído: alguns produtos comuns no nosso cotidiano podem apresentar traços dessa substância em virtude do tratamento com resinas de ureia-formaldeído, como sacolas de supermercado e papéis toalhas. Outros produtos também podem apresentar o formaldeído em sua composição, como repelentes de água, retardadores de fogo, ligantes adesivos, cigarros e querosene. A presença deste composto causa irritação das membranas dos olhos, nariz e garganta. Diante da alta capacidade de se ligar às moléculas de proteínas, geralmente está associado a dermatites de contato.

Benzeno: bastante utilizado como solvente, presente em produtos como gasolina, plásticos, tintas, óleos e borrachas. Também é utilizado no processo de produção de detergentes, explosivos, produtos farmacêuticos e corantes. É conhecido por ser um produto capaz de irritar a pele e os olhos. Apresenta potencial carcinogênico.

Xileno: presente nos escapamentos de veículos, fumaças de cigarros, tintas industriais, couros e borrachas. Está associado a irritações da boca e garganta, dores de cabeça, tonturas. Também ocasiona danos nos rins e no fígado.

Amônia: Muito comum em produtos de limpeza, principalmente limpa-vidros, ceras para piso, sais aromáticos e fertilizantes. Causa tosses, dores de garganta e irritações nos olhos.

Tolueno: trata-se de um hidrocarboneto aromático, também conhecido como metilbenzeno. É a matéria-prima utilizada na fabricação de derivados do benzeno. Sabe-se que este composto é neurotóxico e depressor do sistema nervoso central, estando presente em produtos que causam dependência, como a cola de sapateiro, além de tintas e gasolina. A exposição a essa substância também pode levar a irritações da pele e dos olhos, cefaleias, confusão e tontura.

A constatação da alta nocividade desses compostos levou alguns estudiosos a realizarem experimentos que pudessem analisar possíveis formas de contornar esse problema. Para tanto, foram investigadas diversas espécies vegetais bastante comuns no paisagismo de interiores, com o intuito de verificar quais delas eram capazes de realizar a purificação do ar em ambientes internos.

A seguir, foram separadas algumas das espécies mais comuns, presentes nesse estudo, e que podem ser facilmente encontradas em várias regiões do Brasil. Como vivemos em um país de clima predominantemente tropical, temos um ponto a nosso favor, pois essas belíssimas plantas se adaptam de forma excepcional ao nosso clima, enfeitando nossas casas e, principalmente, contribuindo para a qualidade do ar que respiramos. Lembre-se, contudo, que algumas delas podem ser tóxicas se ingeridas ou manuseadas de forma incorreta. Certifique-se de colocá-las em locais protegidos, onde não ofereçam riscos para crianças e animais domésticos.

Mother-in-law’s tongue (Sansevieria trifasciata ‘Laurentii’)

Essa planta, nativa da África, é uma das mais conhecidas no Brasil e no mundo, considerada sagrada em algumas religiões de matriz africana. Tão grande é a sua popularidade que existe uma hashtag especial dedicada a essa planta todos os domingos no Instagram, conhecida como #SansevieriaSunday.

A espécie com folhas de bordas amarelas é chamada espada de Santa Bárbara ou espada de Iansã e pertence à variedade ‘Laurentii’. Já a espécie verde escura é popularmente conhecida como espada de São Jorge ou espada de Ogum. Existem também outras variedades, como a cilíndrica, conhecida como lança de São Jorge, e as espécies em miniatura, da variedade ‘hahnii’.


É uma planta de fácil cultivo, gosta de pouca água e solo bem drenado. Uma dica é adicionar carvão vegetal moído ao solo, para enriquecê-lo e deixá-lo mais leve. Pode ser plantada em vasos ou canteiros.

As ‘sansevierias’, de um modo geral, são reconhecidas por filtrar uma grande variedade de compostos tóxicos existentes no ar, incluindo formaldeído, tricloroetileno, benzeno, xileno e tolueno. Atualmente seu uso voltou com muita força no paisagismo, trazendo o vigor da natureza e a verticalidade de sua folhagem para dentro de escritórios, salas, varandas e também espaços a céu aberto.

Peace lily (Spathiphyllum ‘Mauna Loa’)

Conhecido como lírio da paz, este aprecia lugares sombreados e é uma das poucas plantas que consegue florescer nessas condições. Apresenta densas folhagens, com diversas tonalidades de verde escuro. A bráctea que acompanha a flor durante a época de inflorescência possui cor branca e, se não podada, pode se tornar verde com o passar do tempo.


É uma planta muito fácil de cuidar, exigindo solo parcialmente úmido, mas nunca encharcado. Os estudos da NASA com essa espécie revelaram sua alta capacidade de filtrar toxinas presentes no ar, incluindo amônia, tricloroetileno, xileno, tolueno, benzeno e formaldeído. Outra curiosidade desse vegetal é sua capacidade de filtrar o mofo presente no ar, ajudando a diminuir alergias e sintomas relacionados à asma. É uma planta ideal para ser colocada no banheiro, desde que este receba alguma luz solar indireta.

Golden pothos (Epipremnum aureum)

Uma planta aérea bastante resistente. Conhecida como jiboia ou hera do diabo, essa espécie originária das Ilhas Salomão aprecia solos úmidos e locais com boa iluminação, mas sem incidência direta do Sol no período da tarde. Além de retirar substâncias nocivas do ar como formaldeído, xileno, benzeno e tolueno, também auxilia na elevação dos níveis de oxigênio em espaços internos, em virtude de seu elevado metabolismo. Deve ser plantada em terra vegetal bem drenada e colocada em locais onde possa crescer com liberdade, como debaixo de árvores.

Imagem: https://www.fnp.ae

Spider plant (Chrolophytum comosum)

O clorofito é uma planta bastante conhecida nos canteiros das praças. Necessita de adubação constante, pois consome nutrientes de forma rápida, porém cresce vigorosamente. Quando recém-plantada, deve ser protegida nos períodos de Sol mais intenso. Porém, depois de adulta, pode se adaptar bem aos locais de muita insolação. Importante ser regada com frequência em locais de climas mais secos e plantada em solo nutritivo com húmus ou esterco. Essa planta ajuda na remoção de compostos como formaldeído, xileno, tolueno e, principalmente, o benzeno. Um aspecto interessante é a capacidade que ela tem para eliminar partículas de poeira, mofo e fumaça dos espaços internos, por meio da cera presente em suas folhas.

Imagem: https://casa.umcomo.com.br

Flamingo lily (Anthurium andraeanum)

Assim com o lírio da paz, o antúrio também é uma planta que apresenta brácteas durante sua inflorescência. O contraste das brácteas vermelhas e a folhagem verde formam um espetáculo à parte, junto às suas flores brancas ou amarelas.


É uma planta que necessita de poucos caprichos, contanto que seja plantada em solo leve, rico em matéria orgânica e sempre mantido úmido. Além de ajudar a elevar o nível de oxigênio nos ambientes, esta espécie é conhecida por remover poluentes como o xileno, o formaldeído e a amônia dos espaços internos.

Dumb Cane (Dieffenbachia spp.)

Quando o assunto é ‘diffenbachia’, estamos falando de uma das plantas mais conhecidas no país: a “comingo-ninguém-pode”. O nome dessa planta já nos diz tudo: ela é extremante tóxica. Os cristais de oxalato de cálcio presentes em sua estrutura vegetal funcionam como minúsculos espinhos, causando irritação, dor e muito inchaço das partes afetadas. Todo cuidado com essa planta é pouco, por isso, deve ser colocada em local muito bem protegido.

Em virtude do grande número de acidentes, essa planta tem passado por um verdadeiro ‘planticídio’ nas últimas décadas. Basta observar o enorme material disponível na internet, condenando o uso de exemplares desse gênero como planta ornamental. Em defesa desse ser vivo, me sinto na obrigação de deixar claro que esta é uma planta muito tranquila e que não oferece nenhum tipo de perigo, desde que seja tratada de forma respeitosa e responsável por parte de quem a cultiva.

As ‘dieffenbachias’ de um modo geral merecem um capítulo à parte nos estudos desenvolvidos pela NASA. Se formos procurar as “dumb canes” na lista de plantas filtradoras de ar, veremos que elas são capazes de remover xileno e tolueno presentes no meio. Está aí um excelente motivo para você tê-las em casa.

As variedades ‘seguine’, ‘camilla’, ‘picta’ e ‘Ruldoph Rohers’ estão entre as mais conhecidas, sendo consideradas plantas extremamente fáceis de cultivar. Há uma enorme confusão quando se tenta identificar as diferentes espécies, pois algumas delas podem ser muito parecidas, variando o tamanho das folhas ou o porte da planta.


Com relação ao solo, são espécies que gostam de terra vegetal, rica em matéria orgânica, pois são nativas de florestas tropicais, como a Floresta Amazônica. Apreciam calor, mas preferem ser colocadas a meia sombra, nunca sob luz solar direta, pois o Sol pode queimar as suas belíssimas folhas.

Quando dispostas debaixo de árvores, as ‘dieffenbachias’ de maior porte crescem de forma vigorosa e desenvolvem folhas enormes, principalmente nos períodos chuvosos de verão, no início do ano. Podem ser adubadas com esterco, carvão vegetal moído e casca de ovo (uma excelente matéria-prima para produção dos cristais de oxalato de cálcio).

E aí? O que você está esperando para tornar nosso mundo mais verde? O cuidado com as plantas traz uma série de benefícios para a saúde: alívio do estresse, aumento da imunidade, melhoria das habilidades motoras e redução da pressão arterial. Ajude você também a nutrir esse mundo de luz do Sol materializada.🌞🌿 (via: Movimento Natural Vibe®)

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Fontes:

WOLVERTON, B. C. Interior landscape plants for indoor air pollution abatement. Final Report (NASA), 1989. 27 p.

VANZILE, Jon. Houseplants for a healthy home: 50 indoor plants to help you breathe better, sleep better, and feel better all year round. Simon & Schuster, Inc., 2018.