domingo, 28 de fevereiro de 2016

Concreto celular: o que é?


Concreto celular é um tipo de concreto com minúsculas bolhas (células) de ar que lhe conferem baixa densidade. Trata-se de um tipo de concreto leve.

Imagem: http://www.gruppiconcreto.com.br/index/concreto
O concreto celular se divide em duas modalidades: o concreto celular autoclavado (CCA) e o concreto celular espumoso (CCE).




O CCA passa por cozimento em autoclave e forma o chamado bloco SICAL (areia de sílica +  cal + pó de alumínio). A reação da cal, água  e pó de alumínio libera gás hidrogênio durante o cozimento. Este gás é responsável pela formação das bolhas que lhe dão leveza. Podemos comparar a um fermento colocado num bolo.

Bloco SICAL.
Imagem: http://mg.olx.com.br/belo-horizonte-e-regiao/
jardinagem-e-construcao
O CCE é resultante da mistura de aglomerante, agregados finos e agente espumígeno (lançado por um gerador de espuma); sendo utilizado na obra em estado fresco.

Imagem: http://www.concretoscelulares.com.br/Aditivo.htm

Tanto o CCA quanto o CCE são bastante leves e possuem propriedades de isolamento térmico e acústico, por causa do ar aprisionado em suas células. O vídeo abaixo demonstra a leveza de um bloco SICAL com densidade inferior à da água.


Os concretos celulares são materiais com boa resistência ao fogo e com baixa absorção de água em virtude de seus grandes poros. São ainda versáteis e facilmente moldáveis. O bloco SICAL, por exemplo, pode ser serrado, atarraxado e perfurado usando ferramentas convencionais. Apresentam, porém, menor resistência à compressão, quando comparados ao concreto convencional.

Apesar de pouco usado no Brasil, o CCA é bastante comum em países do norte da Europa. Estima-se que, por lá, mais de 500.000 mil casas sejam construídas por ano com esse material.

Fontes:

http://www.portaldoconcreto.com.br/cimento/concreto/leves.html 
http://www.ecivilnet.com/artigos/concreto_celular_autoclavado_cca.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Concreto_celular_autoclavado
http://www.celcret.com.br/aplicacoes/concreto-leve/
https://www.youtube.com/watch?v=LnMpT8mlzSU

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Conheça o concreto translúcido

Imagem: http://hatchdesign.ca/concrete-the-transparent-and
-even-bendable-kind/
Segundo material mais consumido no mundo depois da água, o concreto tem um importante papel na vida humana. Razão pela qual vem sendo aperfeiçoado por diversos pesquisadores, em busca de novas propriedades que o façam ainda mais atraente ao mercado consumidor.

concreto translúcido é uma mistura composta por 95% de concreto e 5% de fibra ótica. A característica da translucência deste material pode atingir níveis de até 80%.

Num meio translúcido o feixe de luz consegue passar pelo material, mas segue uma trajetória irregular, sofrendo desvios. O corpo deixa passar a luz, mas não vemos os objetos com nitidez. 

Desenvolvido pelo arquiteto húngaro Áron Losonczi, o concreto translúcido conta com boa resistência à compressão, sendo menos suscetível a rachaduras e infiltrações. 
Sua transparência permite a economia de energia nas construções, uma vez que a luz natural pode ser utilizada para iluminar os ambientes internos. Na Suécia tem sido usado em quebra-molas junto a lâmpadas de LED, servindo de alerta aos motoristas durante a noite.

A grande desvantagem do concreto translúcido, como era de se esperar, é o seu alto custo.  Este pode superar em seis vezes o preço do concreto convencional, chegando a custar R$ 3000 por metro quadrado.

Fontes:

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Três dúvidas sobre os processos corrosivos: fique por dentro!


Por que a água do mar acelera a corrosão dos metais?

Isso acontece porque a água do mar possui diversos sais dissolvidos (ver tabela). Esses sais formam, junto com a água, uma solução com grande capacidade de conduzir elétrons, ou seja, um eletrólito bastante forte


Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABeIYAB/
corrosao-final-quimica-analitica

Os metais, como o ferro, perdem seus elétrons mais rapidamente para o meio, acelerando o processo de oxidação. Outros fatores que influenciam na corrosividade da água do mar são o nível de oxigênio dissolvido, o pH e a temperatura.

O que são os metais de sacrifício?

São metais utilizados para proteger outros da oxidação. Geralmente são mais reativos e perdem seus elétrons primeiro, evitando que o metal mais nobre sofra processo de corrosão. 

Os metais de sacrifício podem ser utilizados para proteger canalizações metálicas subterrâneas contra a corrosão, além de cascos de navios. Para retardar a corrosão do aço da canalização costuma-se ligá-lo a blocos de magnésio por meio de um condutor. 

O magnésio funciona como metal de sacrifício, sofrendo corrosão mais depressa, evitando que o aço seja "atacado". A perda de elétrons do magnésio faz como que ele se comporte como o polo negativo de uma pilha (ânodo). Isso força a canalização a se comportar como o polo positivo (cátodo). 


Imagem: FELTRE (1988).
Em razão da canalização se comportar como cátodo, esse meio de proteção chama-se proteção catódica.

O que são peças galvanizadas?

A galvanização é uma outra forma de evitar a corrosão: deposita-se sobre o objeto metálico uma camada de um outro metal que o proteja. A superfície metálica externa sofre oxidação enquanto o interior fica intacto. 

Um exemplo são as peças de ferro (pregos e parafusos) revestidas de zinco. Este último sofre rápida oxidação na camada externa da peça, protegendo o corpo metálico de ferro. 
Imagem: http://www.galvanicanovaera.com.br/servico/
zincagem-eletrolitica-4

As latas de conserva são protegidas em estanho para evitar a corrosão do aço em contato com o alimento. Este também é um exemplo de galvanização.

Fontes:

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Conheça os três tipos de corrosão e a influência de cada uma nas construções


Fala-se em corrosão quando um material sofre uma deterioração causada pela ação do meio. A corrosão de um material pode ser classificada em três tipos: eletroquímica, química e eletrolítica.


Corrosão eletroquímica

A corrosão eletroquímica é um processo espontâneo que ocorre quando um metal é colocado em contato com um eletrólito (solução que permite a passagem de elétrons por meio de íons livres). Ocorre na maioria das vezes em temperatura ambiente e na presença de água, com a formação de uma pilha de corrosão.

Imagem: http://www.engenhariax.com/2012/04/
pilhas-de-corrosao-eletroquimica.html

Numa pilha de corrosão um metal sofre alteração na sua estrutura química em virtude da perda de elétrons para o meio (oxidação). Quando dois metais diferentes são conectados um ao outro na presença de um eletrólito podemos ter a chamada pilha de corrosão galvânica. A intensidade da corrosão será tanto maior quanto mais distantes estiverem os metais na chamada Tabela de Potenciais-Padrão de Eletrodos, conforme abaixo:

Fonte: FELTRE (1988).
Pela tabela acima podemos perceber, por exemplo, que o potencial de oxidação do alumínio é maior que o do ferro. Isso indica que, quando os dois metais estiverem conectados na presença de um eletrólito, o alumínio irá oxidar-se e não o ferro. 

As telhas de alumínio em contato com as estruturas de aço (ferro + carbono), quando na presença de água ou umidade, sofrem corrosão. Trata-se de um exemplo de pilha galvânica. 


Imagem: http://wwwo.metalica.com.br/corrosao-em-estruturas-metalicas

Corrosão química

A corrosão química é conhecida como corrosão seca, porque não necessita da presença de água para que ocorra. Este tipo de corrosão corresponde ao ataque de um agente químico diretamente sobre o material.

O cimento, constituído principalmente por silicatos, aluminatos e óxidos de cálcio e ferro, sofre corrosão química ao entrar em contato com o ácido clorídrico:

3CaO.2SiO2.3H2O + 6HCl à 3CaCl2 + 2SiO2 + 6H2O

A equação acima é um exemplo de corrosão química.


Corrosão eletrolítica

Este tipo de corrosão necessita da aplicação de uma corrente elétrica sobre o material e trata-se de uma corrosão não-espontânea. Correntes de fuga em tubulações metálicas podem ocasionar furos nas instalações, em virtude da corrosão eletrolítica, sendo bastante comum em canos de aço próximos às fiações elétricas.


Imagem: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAt-MAK/corrosao?part=2
Fontes:

FELTRE, R. Química - Volume 2. 3. ed. São Paulo: Moderna, 1988.
http://www.cesec.ufpr.br/metalica/patologias/corrosao/corrosao.htm
http://brasilescola.uol.com.br/quimica/tipos-corrosao.htm
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/protecao-dos-metais-contra-corrosao.htm
http://wwwo.metalica.com.br/uso-de-produtos-inadequados-compromete-a-cobertura-de-empreendimentos

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A arte da guerra: aplicações no mundo acadêmico


Imagem: http://www.americanas.com.br

“A Arte da Guerra” é um livro considerado a Bíblia da estratégia... Foi escrito por Sun Tzu (considerado por alguns estudiosos uma figura fictícia), em torno do século IV a.C., na China Antiga. É um texto esquemático, marcado por enumerações e regras... coisas típicas dos orientais. Quem não leu esse livro, quando tiver a oportunidade o faça...

Pois bem... para Sun Tzu, "o verdadeiro objetivo da guerra é a paz". Se é pois o desejo de todo e qualquer estudante alcançar a paz depois de dedicação exclusiva aos estudos durante seis ou doze meses, por que não aplicar este tratado de guerra ao mundo acadêmico?

Não é possível abordar todos os aspectos do livro em um simples texto, mas posso apresentar ao menos os mais relevantes, que possibilitem a aplicação prática e instantânea à Academia e, assim sendo, destacarei apenas o que considero aplicável às escolas e universidades, apesar de não seguir a ordem apresentada pelo autor. Pois então, partiremos ao que interessa:

O caminho

Imagem: http://teatrocristao.net/texto/no_caminho_de_damasco
Para prever o desfecho de uma batalha devemos conhecer com antecedência o caminho. Ele é aquilo que faz com que o povo (suas disciplinas) esteja em harmonia com o seu governante (você), sem temer o perigo, a vida ou a morte. Conheça primeiramente as matérias que você irá cursar durante o semestre e imagine o caminho que deverá ser trilhado. Evite distrações e procrastinação; siga o caminho direto ao seu objetivo: isto é, aprender e passar. Sem um caminho e um destino, não há motivo para se iniciar a batalha...

Estratégia de ataque

A habilidade suprema não consiste em ganhar cem batalhas, mas sim em vencer o inimigo em combater. Não se sobrecarregue, curse o número de matérias que julga suportar de bom grado. Não queira, portanto, fazer cem disciplinas num único período. Não faça da sua tarefa de estudar algo cansativo ou entediante. Pelo contrário, transforme o ato de se dedicar diariamente aos estudos (leia-se diariamente e não semanalmente ou mensalmente) em algo prazeroso... Não trave um combate entre você e suas disciplinas.


O Combate

Segundo Sun Tzu, quando começa a batalha, mesmo que esteja ganhando, não se demore muito ou as suas tropas vão se desanimar e perder a vontade. Esse desfecho trágico citado pelo autor é certeiro: a preguiça que aparece no meio do semestre, depois de meio caminho andado. Muitas vezes, depois de tirarmos notas satisfatórias nos primeiros exames, deixamos as coisas como estão, abrindo mão daquilo que já foi conquistado... Fiquemos, pois, atentos! Se as tropas estão cansadas, suas armas gastas, seus mantimentos escassos e a vontade se foi, a intriga, o motim e as más influências dos inimigos (ou seja, as notas baixas) vão se manifestar em breve... Não desanime. Pense no que você já percorreu ao longo do semestre e não no que ainda falta para finalizá-lo.

Energia e disposição

Para Sun Tzu o bom guerreiro sabe vencer sozinho. Ele busca eficácia no ímpeto, e não nas pessoas. Seja independente e caminhe com as próprias pernas. Não dependa dos professores toda vez que não souber alguma coisa. Aprenda sozinho, sempre que possível. Se você acha que estudar em grupo é perda de tempo, pois tira o seu foco, então não o faça... Use o seu docente para tirar dúvidas e mostre que você ao menos está tentando alçar voo. Aprenda com antecedência e leve dúvidas de verdade para a sala de aula.

O terreno

Imagem: https://commons.wikimedia.org/wiki/
Os terrenos podem ser classificados como: acessíveis, tortuosos, indecisos, apertados, acidentados ou distantes. Assim são os professores, que por serem humanos, possuem cada qual sua personalidade. Conheça o seu mestre e adapte-se ao estilo dele. Atente-se à divisão dos pontos, número de provas que serão dadas, listas de exercícios, testes surpresa... Também é importante conhecer cada disciplina, focar nas dificuldades e exterminar as dúvidas o quanto antes. Não espere a véspera da prova para fazer isso. Conhecer o terreno onde se pisa é de vital importância na batalha. Há planícies e pântanos, desertos e oásis...

Ataque com fogo

O uso do fogo deve ser manejado com cuidado. O equipamento para fazê-lo deve estar sempre à mão. Um Estado arruinado não se recupera, e os mortos não podem voltar à vida. O fogo na guerra é a "arma final", pois deve ser manejado com cuidado e só usado na última das hipóteses, em virtude de sua periculosidade. Façamos uma alusão metafórica entre a palavra “fogo” e “os exames finais e provas substitutivas”... Dessa maneira, esteja preparado psicologicamente para isso e evite-os a todo custo. Estude antecipadamente e arduamente... conte para que o vento aja a favor do fogo e não desperdice a sua última chance de alcançar a tão sonhada liberdade!

Imagem: http://lucianoayan.com/2012/07/08/a-arte-da-guerra
-politica-ii-os-principios/

Bons estudos! 

Inspirado no livro: BUENO, A. S. A arte da guerra: os treze capítulos originais/Sun Tzu. São Paulo: Jardim dos Livros, 2013.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

Chuva ácida e corrosão das estruturas de mármore


Chamamos de óxidos ácidos ou anidridos os compostos formados pelo oxigênio e um outro elemento químico que, ao reagir com a água, produzem um ácido:

óxido ácido + água à ácido

As atividades industriais, a utilização de combustíveis fósseis e as queimadas lançam grande quantidade de anidridos na atmosfera. 

As chuvas, mesmo em locais não poluídos, são levemente ácidas, possuindo pH em torno de 5,5. Contudo, na atmosfera de uma cidade industrializada, a reação do vapor d'água com os óxidos ácidos da atmosfera pode abaixar o pH das chuvas para valores inferiores ao mencionado anteriormente, ocorrendo a chamada "chuva ácida". 

Confira abaixo algumas reações entre água e anidridos:

  • SO2 + H2à H2SO3 (ácido sulfuroso)
  • SO3 + H2à H2SO4 (ácido sulfúrico)
  • CO2 + H2à H2CO3 (ácido carbônico)
  • NO2 + H2à HNO3 + HNO2 (ácidos nítrico e nitroso)

Além de destruir os ecossistemas, lagos e florestas, a chuva ácida corrói o concreto, o cimento e as estruturas de ferro. Quando ataca os monumentos de mármore, seus efeitos podem ser ainda mais desastrosos. 

Imagem: http://vivoverde.com.br/efeitos-danosos-da-chuva-acida/

O mármore é um material duro e resistente, formado por carbonato de cálcio (CaCO3). Ao entrar em contato com o ácido sulfúrico, o carbonato de cálcio reage, ocorrendo a liberação de dióxido de carbono e formação de sulfato de cálcio (CaSO4). Este composto nada mais é do que gesso, material macio e sujeito à erosão.

CaCO3 + H2SO4 à CaSO4 + H2O + CO2

Imagem: http://www.astronoo.com/pt/artigos/chuva-acida.html

A corrosão das superfícies de mármore é um problema para os monumentos antigos, prédios históricos, esculturas e ornamentos que fazem parte do passado das civilizações. 

A chuva ácida manifesta-se em maior abrangência nos países de primeiro mundo, mas já começa a surgir em pontos isolados de países em desenvolvimento, em cidades como Cubatão e São Paulo, no Brasil. Em 1984 os países europeus, juntamente com o Canadá, se reuniram em Madri, levados a discutir o problema da chuva ácida. Dentre as medidas estava o controle do lançamento de poluentes, como a redução de 30% das emissões de dióxido de enxofre.


Fontes:

NÓBREGA, O. S.; DA SILVA, E. R.; DA SILVA, R. H. Química. 1. ed. São Paulo: Ática, 2005.

BARROS, C.; PAULINO, W. R. Ciências: física e química. 2. ed. São Paulo: Ática, 2004.

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/chuvas-acidas.htm