domingo, 19 de março de 2017

Armadura ou armação: qual a diferença?


As armaduras podem ser descritas por uma série de nomes. E, no dia-a-dia dentro dos canteiros de obras, as diferentes terminologias são usadas tão frequentemente que, muitas das vezes, acabam passando por despercebidas. Entretanto, na hora de escrever um relatório técnico, um artigo ou uma dissertação, por exemplo, é importante estarmos atentos para evitar possíveis equívocos e não se fazer confuso. Vamos então às nossas dúvidas.

Armadura de aço em pilar de concreto armado.
Imagem do autor.

Armadura ou armação? Quando usar?

Como sabemos, o concreto resiste bem aos esforços de compressão e o aço é utilizado para resistir principalmente aos esforços de tração. Bom, quando quiser descrever a estrutura metálica, composta por barras de aço que passam por dentro de uma viga, laje ou pilar, dê preferência ao termo armadura

Armação é o ato de execução e posicionamento de uma armadura. De forma mais específica, a armação é um conjunto de atividades que vão desde a preparação da armadura até o posicionamento desta dentro do elemento estrutural.

E as ferragens e vergalhões?

Quando usamos o termo ferragem, damos a impressão de que estamos falando de armaduras montadas com barras de ferro, o que não é o caso. O ferro (Fe) é um dos elementos constituintes do aço, mas não se pode tomá-los como sinônimos. Para ser mais específico, o aço é uma "mistura" de ferro e carbono, com traço de alguns outros metais. Em tese, a ferragem propriamente dita seria menos resistente que o aço e, em razão disso, talvez nem sequer poderia ser utilizada em elementos de concreto armado. 

Vergalhão também é um termo bastante comum utilizado no ramo da construção civil. Seu uso é mais abrangente, podendo ser indicado para se referir às barras de metal de seção cheia, como aquelas usadas nas armaduras de concreto armado. Simples, não? 👷

Vergalhões ou barras de aço para construção civil.
Imagem: http://www.leroymerlin.com.br

Fontes:

segunda-feira, 13 de março de 2017

Uma viagem pelo mundo: seis construções de madeira que vale a pena conhecer


Que tal conhecer um pouco das construções de madeira espalhadas pelo mundo afora? Fique por dentro de algumas das mais curiosas obras executadas com este material ao redor do globo. É arte, é engenharia, é arquitetura! 🌏

Prédio Puukuokka, Finlândia

O Prédio Puukuokka, vencedor do Finlandia Prize for Architecture 2015, foi um dos primeiros prédios feitos com madeira laminada pré-fabricada. Um modelo de construção de madeira em arquitetura moderna.

Imagem: http://www.institutobramante.com.br

Shopping Iguatemi de Fortaleza, Brasil

Puxando a sardinha para o nosso lado, a maior estrutura de madeira do Brasil é o Shopping Iguatemi, em Fortaleza, Ceará. A estrutura de madeira com 4500 m² foi executada com madeira laminada colada.

Imagem: http://www.keyword-suggestions.com

Templo Horyu-Ji, Nara, Japão

O complexo de Horyu-Ji, no Japão, conta com três templos. O primeiro data de 700 d.C. e é considerado a construção de madeira mais antiga no mundo.

Imagem: http://www.timetravelturtle.com

Ascension Cathedral, Almaty, Cazaquistão

A Ascension Cathedral, também chamada de Zenkov Cathedral, está localizada em Almaty, Cazaquistão. Essa Igreja Ortodoxa Russa é famosa por ser uma construção em madeira sem nenhum prego em sua estrutura.

Imagem: http://www.advantour.com

Edifício Grupo Tamedia, Zurique, Suíça

O maior edifício de madeira do mundo, com sete andares e vencedor do Prêmio Pritzker 2014, foi encomendado pelo grupo multimídia Tamedia. Todas as suas peças foram fabricadas em ateliê e depois montadas no lugar.

Imagem: http://www.e-architect.co.uk

Metropol Parasol, Sevilha, Espanha

O Metropol Parasol é considerado a maior estrutura de madeira do mundo. Sua construção começou no ano de 2005 e terminou em 2011, tendo um custo estimado em 90 milhões de euros. O piso subterrâneo abriga um museu com vestígios de escavações arqueológicas romanas e árabes.

Imagem: http://www.quadrainterior.com.br



Imagem: http://www.itsliquid.com/j-m-h-metropol-parasol.html

Fontes:

domingo, 12 de março de 2017

Menos cinza, por favor! A arte do grafite em meio ao cenário urbano


Tanto o grafite como a pichação existem desde a Idade Antiga e, desde aquela época, já causavam polêmica entre cidadãos gregos e romanos. As palavras grafite e pichação são derivadas do latim, graphium (grafita) e pix (piche), respectivamente. Ambos os materiais utilizados para desenhar e escrever nos antigos muros de Roma. 

Pichação antiga em Pompeia.
Imagem: http://www.italymagazine.com

O grafite é considerado uma manifestação cultural e deve ser feito com permissão do proprietário do muro. É ainda uma forma de arte, uma maneira que o artista possui para se expressar e muitas vezes dar voz às comunidades marginalizadas nas grandes cidades.

Embora arquitetos e engenheiros tenham sua cota de participação na construção do espaço urbano, aqueles que de fato transformam as cidades são as próprias pessoas que vivem nela, aquelas que transitam por suas ruas, avenidas e praças, aquelas que mantêm a fluidez e a dinamicidade em meio ao caos urbano. Num espaço em que as empresas e os negócios ditam as regras, é quase que impossível se fazer ouvido no turbilhão das metrópoles. Haveria melhor forma de expressão do povo não fosse a arte de rua?

Obra do artista Eduardo Kobra em São Paulo.
O grafite brasileiro é considerado um dos melhores do mundo.

Imagem: www.bbc.com

Querer apagar o grafite é como “queimar livros”, nas palavras do arquiteto e escritor italiano Francesco Careri. Segundo ele, na América Latina existe uma forte tradição de comunicação por meio de imagens, na forma de murais, assim como as pinturas nas antigas igrejas medievais que ilustravam cenas da Bíblia para os fiéis que não podiam ler.

Para se ter ideia da tradição dos murais latinos, alguns artistas em Los Angeles, durante as décadas de 60 e 70, inspiraram-se nos famosos murais mexicanos e criaram verdadeiras obras da arte contemporânea. Hoje a cidade de Los Angeles é conhecida como a capital mundial dos murais. Seja numa avenida movimentada ou numa vizinhança sossegada, os murais podem alcançar pessoas que muitas vezes não têm acesso à arte de um museu. É por isso que os murais são costumeiramente chamados por seus criadores como “arte do povo”.

Siqueiros: La voz de la gente! Mural em Los Angeles.
Imagem: http://www.discoverlosangeles.com

Aqui no Brasil, num Estado onde a educação é deixada em último plano – o que dizer então do acesso das pessoas a um museu – querer apagar uma forma de expressão artística, que muitas vezes se destaca pela coragem em contestar o “status quo”, é antidemocrático e fere a liberdade de expressão e o acesso à cultura. Definitivamente, o grafite entra ainda como forma de contraposição ao cinza monotônico das cidades. Se podemos enfeitar nossas casas, porque não podemos enfeitar o espaço urbano, deixando-o com a cara de seu povo?

sábado, 11 de março de 2017

Pavimentos flexíveis com CBUQ e PMF: qual a diferença?


Os pavimentos flexíveis, conforme o próprio nome indica, são pavimentos que sofrem flexão quando estão sujeitos às cargas do tráfego. Tais pavimentos são, em geral, revestidos com materiais betuminosos ou asfálticos.

Pavimentação asfáltica da pista do Circuito dos Cristais (Curvelo-MG).
Imagem do autor (visita técnica realizada em março de 2016).

Nos pavimentos flexíveis podem ser usados basicamente dois tipos de misturas: a mistura a quente ou a mistura a frio. Para o primeiro caso, o mais comum é o concreto betuminoso usinado a quente, conhecido pela sigla CBUQ. No segundo caso, costuma-se utilizar com maior frequência o concreto asfáltico pré-misturado a frio, indicado pela sigla PMF. 

A principal diferença entre o CBUQ e o PMF está no ligante asfáltico, responsável pela união dos agregados minerais (pó de pedra, filler, brita, etc.).

No CBUQ o ligante é o CAP (cimento asfáltico de petróleo), uma mistura semi-sólida à temperatura ambiente que necessita de aquecimento para se misturar aos agregados. No caso do PMF, utiliza-se uma emulsão asfáltica, onde o cimento asfáltico é pulverizado num moinho especial com uma solução de água e tensoativo (emulsificante). 

Como o PMF possui menor durabilidade quando comparado ao CBUQ, sua utilização se restringe a vias de baixo tráfego. O CBUQ é ideal para rodovias, pois suporta cargas pesadas. Entretanto, o PMF é muito mais barato que o CBUQ (quase metade do valor), razão essa que o torna muito utilizado em diversas obras de pavimentação pelo Brasil afora.

Fontes: