Fonte: http://noticias.universia.com.br |
Escrever com as próprias palavras
pode ser uma tarefa extremamente árdua para alguns. Mesmo em meio a era
tecnológica, em que estamos constantemente em contato com as redes sociais e aplicativos
de mensagens instantâneas, parece-nos extremamente sufocante e, até mesmo
apavorante, lidar com uma página de word em branca, pronta para ser preenchida.
Dentro dos cursos de exatas, a habilidade de escrita é, muitas das vezes, ignorada. Permeia no meio acadêmico, inclusive entre os docentes, uma cultura de total desprezo e desconsideração com relação à capacidade de redação por parte do aluno. De acordo com Cardoso (2010 apud HEINIG; SANTOS, 2011), dos mais de 30 mil profissionais engenheiros formados anualmente, apenas um quarto possui formação adequada. Dentre os problemas relatados, um chama a atenção, que é a dificuldade em redigir um texto nos testes realizados com os candidatos às vagas em entrevistas.
Escrever é uma arte e, como tal,
é preciso que se faça seu aprimoramento dia após dia. Com raríssimas exceções,
a qual diria que beiram o campo da metafísica, não se nasce escrevendo bem. É preciso
esforço na tarefa penosa de se fazer entender por meio das palavras e expressões.
Quem se faz compreendido por meio de um texto bem escrito e estruturado,
adquire a capacidade de argumentação e defesa de seus pensamentos. A escrita é,
por isso, um escudo de proteção no campo de batalha das ideias. É preciso que se ressalte, contudo, que o dom da escrita não se restringe apenas ao domínio restrito da gramática e ortografia. Redigir um bom texto envolve, antes de tudo, as técnicas e habilidades referentes à coesão e à coerência textual.
Assim como a argamassa cola e une
os tijolos em uma parede, algumas palavras ajudam a “colar” as partes de um texto,
mantendo-as juntas e de forma que as ideias se complementem umas às outras; a isso se dá o nome de coesão textual. É possível produzir um texto mais
coeso por meio do conhecimento dos elementos de ligação, principalmente as conjunções, e das formas de
utilização de cada um deles.
A capacidade de coerência da escrita, outro quesito de suma importância, envolverá maior
abstração por parte do redator, uma vez que estará centrada na aptidão de reunir os
pensamentos, informações e argumentos, tendo em vista a geração de um texto claro e
entendível. Como quem aprende a ler e que, de tanto se esforçar, adquire a prática da leitura fluente, à medida que se escreve, aumenta-se a
habilidade de se fazer entendível por meio das palavras, frases e expressões.
Por último, cumpre destacar que a
criação de uma boa redação incluirá a constante mudança
e readaptação da escrita, além da incessante escolha de sinônimos, como forma de evitar a repetição frequente de termos e vocábulos. De forma semelhante a esculpir uma obra de mármore, a
confecção de um texto coeso e coerente envolverá a progressiva revisão por parte de
quem escreve. Alguns trechos precisam muitas vezes ser podados e, outras vezes,
reescritos, sempre com foco na coesão e coerência, incluindo e respeitando,
além disso, a gramática e a ortografia da língua. Ao final, depois de todo o esforço e de
todo o tempo dispendido, ter-se-á uma obra pronta e bem estruturada, envolvendo a
constatação, por parte do autor, de que seu empenho pessoal lhe terá
valido a pena.
Referências
ABAURRE, M. L.; PONTARA, M. N. P.; FADEL, T. Português: língua, literatura, produção de texto: ensino médio. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2005.
HEINIG, O. L. O. M; SANTOS, G. R. O letramento no processo de formação do engenheiro civil. Atos de Pesquisa em Educação – PPGE/ME FURB. ISSN 1809-0354 v. 6, n. 1, p. 53-78, jan./abr. 2011.
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