terça-feira, 30 de agosto de 2016

O curioso problema de recalque na Cidade do México

A capital do Império Asteca: Tenochtitlán.
Imagem: http://www.latinamericanstudies.org
Antiga capital do Império Asteca, conhecida como Tenochtitlán, a Cidade do México é hoje considerada uma das cidades mais populosas do mundo. Por volta do ano 1325 os Mexica fundaram a cidade sobre uma pequena ilha artificial construída sobre o lago TexcocoTratava- se de um engenhoso sistema de construção de ilhas retangulares de terra conhecidas como “chinampas”. Apesar de ser um lago de água salgada, era possível controlar as inundações provocadas pelas chuvas por meio de diques, o que garantia água para consumo. Com a chegada dos espanhóis, o aterramento sobre o lago sofreu um processo de aceleração. 

Alguns séculos depois a cidade sofreu um boom populacional e a extração de água foi se tornando cada vez mais predatória. O lago Texcoco, e hoje a Cidade do México, estão localizados sobre um solo argiloso, que na ausência de água fica cheio de poros vazios. A construção desenfreada de grandes estruturas exerce uma pressão muito grande sobre o solo e este, na ausência de água, vai sofrendo uma espécie de rebaixamento. Com isso, alguns edifícios antigos, como catedrais, estão literalmente afundando na capital mexicana. Hoje a superfície do lago situada sob a cidade está seca, mas é possível encontrar o lençol a uns dois metros de profundidade na região central da capital.

Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe.
Imagem: http://viagem.uol.com.br/
Atualmente a taxa de afundamento anual está em torno de 7 cm. Pense numa casa afundando 70 cm (mais de meio metro) ao longo de dez anos. O lago, ou melhor, o solo, não teria que afundar se não houvesse uma grande sobrecarga acompanhada de uma extração de água desenfreada, não é mesmo? Esse é só mais um entre vários exemplos de como as ações humanas desempenham um importante papel em problemas de engenharia.



Referências:

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