quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Arte e ciência no início do século XX: superando a realidade contraditória


Durante o fim do século XIX e início do século XX, algumas descobertas no campo da física abalaram a visão determinista de mundo. A hipótese de Planck para explicar o problema da radiação do corpo negro, admitindo a quantização da energia, foi o primeiro passo para a revolução que estaria por vir: a chamada mecânica quântica.

Nesta mesma época e neste mesmo cenário, a arte estava passando por transformações bruscas em sua forma de representação do mundo. De certa maneira, a arte tomou uma significação mais ampla: uma forma de representar a realidade que foge aos nossos sentidos.

The Son of Man - René Magritte.
Imagem: http://sonofman.renemagrittepaintings.com/ 

Se você é daqueles que pensam que arte e ciência não compartilham nenhuma espécie de semelhança, é hora de rever suas colocações. Não podemos compreender qualquer conhecimento humano de forma profunda sem contextualizá-lo numa época histórica. Os costumes e maneiras de pensar de uma sociedade estão intrinsecamente relacionados com o avanço científico e, por que não, artístico. O que quero destacar para o leitor é que, embora arte e ciência sejam formas distintas de compreender o mundo, ambas estão diretamente ligadas à maneira de pensar da sociedade de uma determinada época.

First Abstract Watercolor - Wassily Kandinsky
Imagem: http://www.wassilykandinsky.net

Os movimentos de vanguarda nas artes plásticas, incluindo as artes abstratas de modo geral, construíram novos conceitos de representação espacial. Quando se observa um quadro surrealista de René Magritte, uma abstração de Marcel Duchamp ou uma aquarela de Kandinsky é possível reviver a experiência da dúvida e da inquietação perante aquilo que foge à nossa realidade. 

The King and Queen Surrounded by Swift Nudes - Marcel Duchamp.
Imagem: http://pt.wahooart.com

Tanto para a arte moderna quanto para a nova ciência “o Universo possui uma essência e, embora possamos percebê-la, senti-la e contestá-la, isso não significa que todos nós humanos possamos enxergar a realidade de uma mesma forma. Existem olhares diferentes, ainda que sob um mesmo ângulo".

Sugestão de leitura:
Imagem: http://www.submarino.com.br

Fonte: GUERRA, A; REIS, J.C.; BRAGA, M. Bohr e a interpretação quântica da natureza. São Paulo: Atual, 2005 - (Ciência no tempo).

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